“Comer bem” não é apenas o que você coloca em seu prato.
As dietas geralmente dizem o que você deve comer: muito ou pouco carboidrato, muita proteína, muitas ou poucas frutas, verduras, legumes etc. Mas estudos recentes na área de nutrição apontam que quando comemos é também muito importante.
Se pensarmos bem, isso faz até um certo sentido, afinal você não fará um favor ao seu organismo se ingerir muita comida à meia noite, por exemplo. E isso não tem a ver apenas com uma azia que vai atrapalhar o seu sono. Pesquisadores mostraram que os alimentos que ingerimos são processados de maneira diferente pelo organismo, dependendo da hora do dia em que são ingeridos e que o horário em que comemos pode influenciar na perda de peso e no risco de desenvolver doenças cardíacas e diabetes tipo 2.
O pesquisador do Instituto de Ciências da Saúde Ocupacional do Oregon, Andrew McHill, relata que estamos começando a entender os nossos relógios biológicos internos e como o nosso metabolismo muda em determinados horários do dia. Segundo ele, o momento em que comemos está se tornando tão importante, se não mais, quanto o que comemos.
Por mais tentador que seja devorar uma pizza às duas da manhã, é melhor para o seu corpo – e sua barriga – seguir a mesma programação diária de refeições. Assim como o nosso sono é ditado por ritmos circadianos, nossos padrões alimentares são influenciados por dois relógios: o central do cérebro e o periférico do corpo. A luz (passagem do dia para a noite) regula o relógio central, enquanto a alimentação regula o relógio periférico que regula quando secretar as enzimas que ajudam na digestão. Esses relógios devem trabalhar em sincronia. Se estiverem desalinhados, há um problema.
Nosso organismo dispõe de processos metabólicos que nos ajudam a permanecer acordados durante o dia e dormir durante a noite. Por exemplo: cerca de duas horas antes de irmos para a cama, o relógio central do cérebro começa a acelerar seus processos noturnos que incluem liberação de melatonina, o hormônio que regula nossos ciclos de sono. Fazer uma refeição pouco antes de dormir envia um sinal contraditório e perturba os processos.
Uma pesquisa conduzida por Andrew e seus colegas em 2017 constatou que um dos melhores preditores do nível de gordura corporal de uma pessoa não era o que ela comia ou quanto comia, mas sim quando eles comiam em relação a esses relógios internos. Eles também descobriram que se uma pessoa ingerir mais calorias próximo ao horário da secreção de melatonina, ela terá mais gordura corporal.
Essa descoberta das pesquisas não é necessariamente nova: a ideia de “tomar café como um rei, almoçar como uma rainha e jantar como um mendigo” existe há séculos. A ideia é bastante simples: coma todos os dias, mas limite a ingestão a uma janela específica do tempo e faça dela a sua janela de oportunidade.
Não estamos falando aqui que você não deve comer a noite, mas procure manter o jantar mais leve e mais simples do que qualquer outra refeição. Faça do café da manhã e do almoço as suas refeições mais importantes.
Referência: Artigo "Why a Healthy Diet Depends on When You Eat" da Revista GQ (clique aqui para ler o original em inglês).
As dicas
e sugestões mencionadas neste texto são apenas para fins de informação geral e
não devem ser interpretadas como aconselhamento médico ou profissional. Sempre
consulte seu médico, nutricionista e educador física antes de iniciar qualquer
programa de condicionamento físico ou fazer alterações em sua dieta.
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